Gestão de riscos e compliance são atividades que fazem parte de uma boa Governança Corporativa, e visam beneficiar as organizações na prevenção de ameaças legais e segurança dos ativos.
Como você pode imaginar, o setor de TI tem uma grande responsabilidade nesse setor, já que cabe a ele o controle da rede e a segurança das informações e arquivos estratégicos ao negócio.
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Por isso, profissionais especializados no assunto estão sendo cada vez mais procurados (e recompensados) no mercado.
Para você entender o que é gestão de riscos e compliance, e saber como aplicar essas atividades na sua rotina operacional, em especial no setor de TI, continue sua leitura.
Neste artigo, vamos abordar:
- O que é gestão de riscos e compliance
- Importância da compliance e gestão de riscos
- Fatores de riscos de compliance
- Gestão de risco e compliance nas empresas de TI
- Gerencie os riscos de compliance com um sistema de gestão de TI
Boa leitura!
O que é compliance?
O termo, em inglês, vem da ação “to comply”, que significa realizar uma ação em conformidade com as regras.
Dessa forma, podemos entender que compliance é um método que visa controlar as atividades e decisões, de forma que elas estejam de acordo com as legislações vigentes, ou, ainda, com a política de segurança e código de ética da empresa.
Se tornou uma atividade de extrema importância, especialmente depois de tantos escândalos organizacionais presenciados no Brasil, que trouxeram à tona irregularidades, fraudes e corrupção, tanto nas organizações privadas quanto públicas.
A partir de então, gestores passaram a se preocupar mais, já que eles também respondem em casos processuais, estando cientes ou não da ação ilegal.
O que é gestão de riscos?
Para entender o que é gestão de riscos é preciso, antes de mais nada, entender o que são considerados “riscos”.
Risco é toda e qualquer atividade ou influência, interna ou externa, que possa prejudicar os resultados da empresa, sejam eles operacionais ou financeiros.
É fato que empresas de qualquer setor enfrentam incertezas no seu mercado. Essas imprevisibilidades, aliadas à uma gestão enfraquecida, podem causar danos irreparáveis à organização.
Assim, a gestão de riscos é uma metodologia que estabelece estratégias para reduzir as possibilidades de perdas, enfrentar os riscos de uma forma mais controlada e equilibrar as metas da empresa com os possíveis desafios a serem superados.
É, também, responsabilidade da gestão de riscos criar políticas ou ferramentas que permitam tratar as falhas encontradas com rapidez, minimizando os danos.
Qual O Status Do Compliance No Brasil?
O cenário do compliance no Brasil é dinâmico, centrado em regulamentações extensas que abrangem áreas como proteção de dados, segurança da informação e setores específicos, como saúde e financeiro. O destaque fica por conta da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), refletindo o crescente foco na privacidade.
Assim, hoje, a legislação brasileira conta com a Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) para supervisão. O compliance enfrenta desafios, incluindo a adaptação à LGPD, mas há avanços com a conscientização crescente e investimentos em tecnologias de gestão.
A gestão de TI é fundamental, utilizando tecnologias para segurança, sistemas de gestão de conformidade e monitoramento contínuo. A não conformidade pode resultar em penalidades severas e danos à reputação. Assim, a conformidade vai além da obrigação legal, sendo crucial para a confiança dos clientes e parceiros.
Importância da compliance e gestão de riscos
Embora sejam conceitos diferentes, você já percebeu que tanto a gestão de compliance quanto a de riscos têm um objetivo em comum: reduzir os prejuízos da empresa.
Seja por riscos e fatores externos, seja por atividades corruptas dentro da empresa, ambas metodologias são fundamentais para garantir a idoneidade e integridade da marca.
Unir as duas ferramentas é uma forma de gerar vantagem competitiva e mais valor ao seu negócio. Até porque, elas podem ser complementares.
Uma abordagem integrada da gestão de riscos e compliance traz transparência às relações, melhora a comunicação interna e externa, permite que a empresa saia à frente em um mercado competitivo e aumenta, inclusive, a produtividade.
Isso porque as atividades permitem a rápida identificação dos custos, pontos de melhoria e padronização de processos, promovendo benefícios como redução de despesas, melhora nos indicadores de desempenho e implementação de uma cultura sólida aos profissionais.
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Fatores de riscos de compliance
O objetivo da compliance é estabelecer um mercado justo e competitivo, garantindo que as empresas tenham oportunidades similares para conquistar o seu espaço. Assim, impede (ou deveria impedir) as fraudes, manipulações e atividades corruptivas.
Dessa forma, o gestor deve conhecer os riscos aos quais sua empresa pode estar exposta, já que, em caso de inconformidades, as penalizações são altas (e não só financeiramente!).
Confira, abaixo, quais são os riscos de compliance:
Risco de segurança no trabalho
Independente do setor da sua empresa, você deve estar atento às normas de segurança do trabalho, oportunizando um ambiente seguro e adequado para a execução das funções.
Se você pensa que este tipo de coisa só se aplica para chão de fábrica de indústrias, ou na construção civil, está enganado: mesmo as empresas que atuam exclusivamente em escritórios (ou até home office!), devem se preocupar com o ambiente.
Ergonomia, por exemplo, é um fator importante para o desempenho de funções administrativas.
Risco de corrupção
A corrupção é um dos principais exemplos de riscos de compliance, talvez por terem tantos escândalos como motivador da implementação da compliance nas empresas.
Estabelecer políticas de comportamento, com Códigos de Ética claros, é uma forma de limitar as possibilidades de corrupção dentro da empresa. E não pense que, quando falamos em corrupção, estamos falando em desvios de grandes montantes de dinheiro.
Algumas ações podem ser consideradas inofensivas, mas estabelecem relações corruptivas que podem ser questionadas em algum momento. Por exemplo:
- Aceitar presentes de fornecedores, em troca de privilégios na hora de contratações;
- Superfaturar uma nota fiscal;
- Aceitar propinas de fornecedores;
- Manipular orçamentos em uma concorrência, em prol de um parceiro;
- Divulgar informações confidenciais;
- Entre outras.
Risco de qualidade
A compliance deve se preocupar com a qualidade do produto, já que leis de proteção ao consumidor devem ser cumpridas.
Com a tecnologia e a ampla oferta de produtos, onde o consumidor pode comprar o que deseja em lojas de qualquer lugar do mundo, literalmente, é fundamental que a empresa esteja atenta à qualidade de suas mercadorias e serviços.
Falhar no atendimento ao cliente gera um grande prejuízo para a imagem da empresa, além de acabar impactando, também, em prejuízos financeiros.
Risco trabalhistas
Os riscos trabalhistas também são importantes para a empresa e podem gerar impactos negativos, tanto para a imagem quanto para o bolso.
Cumprir as legislações vigentes e manter em dia as obrigações trabalhistas deve ser parte da cultura e da rotina operacional de qualquer empresa, seja o modelo de contratação que for.
Risco de ativos
Por fim, mas não menos importante (ao contrário), temos os riscos aos ativos da empresa. Aqui, envolvem riscos de segurança da informação, especialmente os referentes à invasão e acesso aos dados pessoais de funcionários, fornecedores e clientes.
Com a LGPD quase em vigor, é crucial que a empresa adote medidas de controle de segurança de seus dados, incluindo monitoramento de rede, segurança de computadores e cuidado a todos os dispositivos conectados (IoT).
Leia também: Vulnerabilidade digital: como reconhecer e se proteger de ataques.
Exemplos De Riscos De Compliance
No âmbito da gestão de TI, os riscos de compliance referem-se à possibilidade de não estar em conformidade com normas, leis e regulamentos estabelecidos. Alguns exemplos ilustram esses desafios.
- Proteção de Dados Pessoais: Com a crescente regulamentação em torno da privacidade, falhas na proteção de dados pessoais podem resultar em penalidades substanciais, como as impostas pelo GDPR na União Europeia.
- Segurança Cibernética: Não cumprir com padrões de segurança cibernética pode expor a empresa a ameaças como violações de dados e ataques maliciosos, levando a repercussões legais.
- Normas do Setor: Cada setor pode ter regulamentações específicas. Por exemplo, instituições financeiras precisam seguir normas rigorosas para prevenir lavagem de dinheiro e fraudes.
- Governança de TI: Não cumprir com práticas adequadas de governança de TI pode resultar em falta de transparência, o que pode ser problemático, especialmente para empresas públicas.
- Acessibilidade: Em algumas jurisdições, garantir a acessibilidade digital é uma exigência legal. Ignorar isso pode resultar em discriminação e questões legais.
- Licenciamento de Software: Uso inadequado ou não autorizado de software pode levar a questões de licenciamento e litígios legais.
- Segurança da Informação: A falta de proteção adequada das informações sensíveis pode resultar em violações de confidencialidade, afetando a reputação e acarretando multas.
- Compliance Contratual: Não cumprir com cláusulas contratuais relacionadas a serviços de TI pode resultar em litígios contratuais e impactar negativamente a reputação da empresa.
Como Mapear Riscos De Compliance?
Mapear riscos de compliance na gestão de TI é um processo fundamental para assegurar que a organização opere dentro dos padrões legais e regulatórios. Sendo assim, inicialmente, é crucial identificar todas as leis, normas e regulamentos aplicáveis à área de TI. Isso pode incluir regulamentações sobre proteção de dados, padrões de segurança cibernética e leis específicas do setor. A seguir, deve-se realizar uma análise detalhada das operações de TI para identificar onde essas regulamentações se aplicam e onde podem existir lacunas na conformidade.
A avaliação dos riscos é o próximo passo. Aqui, a equipe de TI, junto com especialistas em compliance, avalia a probabilidade e o impacto potencial de não cumprir com as normas identificadas. Isso pode envolver a análise de processos internos, sistemas e dados para identificar vulnerabilidades.
Depois, é importante desenvolver um plano de ação. Ele deve abordar como a organização mitigará os riscos identificados, seja com ajustes na política interna, adoção de novas tecnologias de segurança, treinamento de funcionários ou outras medidas.
Por fim, o mapeamento de riscos de compliance deve ser um processo contínuo, afinal, as leis e regulamentos estão em constante mudança, assim como as tecnologias e práticas empresariais. Por isso, é essencial revisar e atualizar regularmente a avaliação de riscos para garantir a conformidade contínua.
Principais Diferença Entre Gestão De Riscos E Compliance
Enquanto a gestão de riscos foca na identificação, avaliação e mitigação de riscos potenciais que podem impactar a organização, o compliance se concentra em garantir que a empresa esteja seguindo as leis, regulamentações e normas internas. A gestão de riscos é mais abrangente e proativa, buscando prever e gerenciar riscos antes que eles se concretizem, enquanto o compliance é mais reativo e focado na adesão a critérios estabelecidos.
Como A Integração Dessas Áreas Beneficia As Empresas?
A integração entre gestão de riscos e compliance traz benefícios significativos. Ela permite uma visão holística dos desafios e oportunidades, facilitando uma abordagem mais estratégica e eficaz na mitigação de riscos. Dessa forma, ajuda na identificação precoce de possíveis não conformidades e na implementação de medidas preventivas, reduzindo custos e aumentando a eficiência operacional. Além disso, fortalece a reputação da empresa e a confiança dos stakeholders, ao demonstrar um compromisso claro com a governança corporativa e a responsabilidade legal.
Gestão de riscos e compliance nas empresas de TI
Como vimos, a segurança aos ativos é um dos riscos de compliance e merece toda atenção. Por isso, o setor de TI é fundamental no exercício dessa atividade.
A partir do momento em que a empresa possui um departamento de TI, ou uma empresa de consultoria de TI, deve contar com esses profissionais para tomar ações de segurança e gestão de riscos.
Para isso, é preciso:
Educar os colaboradores
No campo das ameaças digitais, é fato que o desconhecimento do usuário é o maior vilão da história.
Pessoas desatentas podem abrir, clicar e reenviar e-mails infectados, por exemplo, espalhando um malware por todos os computadores da empresa e colocando em risco arquivos, dispositivos e informações pessoais.
Por isso, antes de mais nada, eduque seus profissionais. Deixe claro os riscos existentes, o que devem fazer caso encontrem uma ameaça e, principalmente, o que não devem fazer.
Não é por maldade, mas muitas vezes o profissional pode acabar acessando a rede da empresa a partir de um dispositivo não seguro (como um computador pessoal), colocando em risco todo o seu negócio.
Criar uma política de Compliance
Uma política de compliance, assim como um código de ética e um canal de denúncias, são importantes para documentar todas as atitudes esperadas por parte do colaborador.
Nestes documentos, também podem estar determinados responsáveis por agir em caso de alguma inconformidade, ações corretivas e até outras atividades de segurança, como formatação total de servidores.
O Canal de Denúncias é complementar e serve como ferramenta para que as pessoas possam comunicar qualquer atividade fraudulenta ou que vá contra as diretrizes estabelecidas pela gestão de riscos e compliance.
Determinar planos de ações corretivas
Ter um plano de contingência é essencial para que os profissionais do setor de TI saibam o que fazer em caso de ameaça.
Assim, os riscos podem ser minimizados ou até eliminados rapidamente, reduzindo consideravelmente os prejuízos do negócio.
Utilizar análise de dados para detecção de ameaças
Uma das responsabilidades do profissional de gestão de riscos e compliance é antecipar possíveis ameaças. Isso significa que ele deve ser capaz de analisar as vulnerabilidades, acompanhar os processos da empresa e observar os pontos de maior risco.
Mas nada disso precisa ser feito com base no achismo. Aliás, nem recomendamos que seja. Contar com relatórios de dados é importante para que o profissional use a análise de dados na identificação de padrões ou riscos.
Facilitar a comunicação de incidentes
Outro ponto importante na implementação da gestão de riscos e compliance na empresa é facilitar a comunicação para casos de incidentes.
Já falamos, acima, do Canal de Denúncias. Mas não é a única forma de alertar os profissionais responsáveis.
Leia também: 6 dicas para reduzir incidentes de TI em sua empresa de modo eficaz
No caso do setor de TI, um sistema de helpdesk pode ser extremamente funcional para comunicar possíveis ameaças ou problemas encontrados.
Com as funcionalidades certas, a ferramenta pode agilizar o atendimento e a resolução da ameaça “ muitas vezes, sem que o responsável técnico precise se deslocar.
Gerencie os riscos de compliance com um sistema de gestão de TI
Como falamos, a análise de dados e o uso de um sistema para facilitar a comunicação de incidentes são ferramentas fundamentais para o exercício da gestão de riscos e compliance.
Por isso, queremos apresentar o Milvus, um sistema para gestão de TI que tem todas as funcionalidades que você precisa para garantir a segurança e o gerenciamento dos ativos de sua empresa.
Além disso, Milvus conta com um sistema de controle de chamados, onde você pode priorizar as demandas e evitar que ameaças importantes caiam no esquecimento.
Leia também: SLA: o que é e para que serve o Service Level Agreement?
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Conclusão
Gestão de riscos e compliance são atividades importantes para empresas de qualquer segmento e todos os portes.
No que diz respeito à área de TI, são igualmente fundamentais, especialmente em tempos em que se fala tanto em segurança da informação e proteção dos dados individuais.
Contar com um sistema de gestão de TI otimiza as rotinas operacionais, facilita a comunicação interpessoal e melhora o controle das ocorrências, reduzindo potenciais prejuízos e ameaças à empresa.
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